O termo espiritismo [do francês espiritisme] foi criado pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail [1804-1869], conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec, e apareceu escrito pela primeira vez na introdução de O Livro dos Espíritos (1857), para nomear especificamente o corpo de ideias sistematizadas por Kardec, diferenciando-o do movimento espiritualista em geral.
A doutrina espírita crê na sobrevivência da alma após a morte do corpo físico e na comunicação entre vivos e mortos, ou, como preferem os espíritas, na comunicação entre encarnados e desencarnados, por meio da mediunidade. O Espiritismo prega que a reencarnação é o processo natural de aperfeiçoamento dos espíritos e atesta a pluralidade dos mundos habitados, porquanto a Terra não é o único planeta com vida inteligente. Baseia-se também na lei de Causa e Efeito, ligada à reencarnação. Esta lei define que recebemos na medida do que demos [bom e mau] em existências passadas ou nesta existência.
A doutrina codificada por Allan Kardec é dividida em cinco obras básicas, a saber: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese. Alguns estudiosos também incluem Obras Póstumas, lançado em 1890 [daí o título, pois reúne artigos de Kardec; ele tinha morrido havia mais de vinte anos], e Revista Espírita, uma coleção de artigos publicados por Kardec entre 1858 e 1869.
Iniciei meus estudos espirituais em um centro espírita. Aprendi muito porque, geralmente, um centro espírita promove cursos que tratam de desmistificar a mediunidade e, na esteira, ajudar a entender toda a obra de Kardec.
Obviamente, nos dias de hoje, passados tantos anos de estudo, prática e convívio com os espíritos, estou aberto a outros conhecimentos que vão além da doutrina espírita. Os próprios mentores da casa onde trabalhava [Centro de Desenvolvimento Espiritual Os Caminheiros] indicavam outras leituras. Muitas leituras, aliás.
Eu, sempre curioso, ia atrás de autores sérios, de artigos de cientistas, sempre vasculhando, xeretando e aprendendo muito, entendendo que a espiritualidade é muito vasta, muito ampla. Muitos anos atrás, em uma visita a uma cidade da Califórnia, nos Estados Unidos, tive contato com a ciência da mente, muito difundida por Louise Hay. Depois disso, minha consciência ampliou-se e passei a compreender outros fenômenos paranormais. Hoje me considero espírita de nascença e espiritualista por convicção. E, de mais a mais, não sou fã de rótulos. Acredito no mundo espiritual, sou fã de Kardec e tenho um jeito próprio de encarar os fatos.
Em todo caso, se você quer se aprofundar e entender o mundo espiritual, aconselho a leitura de O que é Espiritismo?, de Kardec. É um livrinho enxuto, de fácil compreensão. Você lê num tapa. Coisa rápida. E lembre-se: não adianta só ler sobre o assunto. Porque Espiritismo, espiritualidade de modo geral, pratica-se, todo santo dia, principalmente por meio de atitudes positivas, amor a si e, acima de tudo, respeito ao próximo.