Por que somos vítimas de espíritos obsessores?
Não gosto muito da palavra vítima. Sabe por quê? Porque ela diminui totalmente o seu poder, a sua responsabilidade diante dos fatos que norteiam e circundam sua vida.
Talvez a pergunta soasse melhor assim: por que atraímos espíritos obsessores? As pessoas têm medo do que não conhecem e não podem controlar. O fato é que os espíritos são pessoas comuns, que viveram aqui e continuam a viver da mesma forma lá no mundo astral, tendo qualidades e pontos fracos.
Espírito obsessor é um espírito perturbado, em desequilíbrio, geralmente de mal com a vida. É um sujeito que morreu e não se conforma; não assume a responsabilidade por seus atos e culpa alguém — ou o mundo — por seus infortúnios.
Numa linguagem bem tosca, é uma mala sem alça; um cara (ou qualquer outro gênero, depende) chato pra caramba. É o típico “pobre de mim”, “coitado de mim”, “fui injustiçado”, “acabaram comigo” e outras frases bem típicas de vítima.
Levou anos até que o Espiritismo viesse nos mostrar que o obsessor nada mais é do que uma simples companhia. E ele se aproxima de você pelo teor de seus pensamentos.
Você é alto-astral, coloca-se para cima, sabe dizer “não” na hora certa, tem autoestima elevada, põe-se em primeiro lugar, escuta e atende suas necessidades emocionais? Obsessor não passa nem perto.
É uma pessoa dramática, reclamona, que está sempre “p” da vida com o governo, sempre indignada, raivosa, achando que poderia consertar o país e a vida de toda a sua família? É cheia de querer dar lição de moral? Considera isso certo e aquilo errado?
Julga o comportamento dos outros? Debocha das pessoas que são diferentes de você? Vai ter obsessor em cima. Na certa.
Mas, peraí! O Espiritismo revela muitos casos de obsessores que perseguem seus algozes por vidas e mais vidas. Como se desfazer desse elo de ódio? Às vezes, a pessoa foi morta e fica atrás do assassino, vida após vida. Não é verdade?
Sim, é verdade. Há casos de espírito cujo objetivo é infernizar a vida do encarnado, porque foi morto, apanhou muito, foi rejeitado, humilhado, subjugado, abandonado… Infelizmente, não percebe que na vida não há certo e errado, que tudo no universo segue de maneira funcional.
O terremoto acontece e mata milhares, sem saber se entre os mortos há crianças, jovens, idosos ou doentes. É assim que funciona aqui no planeta. Entretanto, você precisa enxergar o mundo por outra ótica, a da funcionalidade. A vida trabalha de uma forma bem diferente daquela que estamos acostumados a compreender.
Diante dessa ótica, de um modo geral, os espíritos [obsessores] não podem nos fazer mal, porquanto só conseguem nos envolver de forma negativa quando não valorizamos a vida, nos depreciamos, nos coloca-mos lá embaixo, ficamos mal, deprê. São nossas fraquezas que lhes abrem a porta para o convívio.
Vale ressaltar que, quando estamos no mal, não atraímos só espíritos perturbados, mas também pessoas — bem vivas, diga-se por sinal — que podem nos prejudicar. E, sobre obsessor que acompanha a pessoa há muitas vidas, o elo de ódio pode ser quebrado quando a pessoa que “sofre” obsessão muda o pensamento, a maneira de enxergar a vida, a si mesma.
Passou para um estado emocional melhor, começou a se valorizar, ficar mais dona de si, pronto: quebra o elo com o obsessor, mesmo que isso esteja ocorrendo há séculos.
Dado curioso: ocorre também o inverso, ou seja, obsessor encarnado que atormenta o espírito. É o caso de gente que, quando o parente morre, o transforma em santo e fica fazendo pedido para o pobre do espírito. Deixe o parente morto seguir a vida dele no astral, pelo amor de Deus! Pare de tratar seu parente — ou um ente querido — como santo católico: “Vou acender uma vela e pedir para minha mãe me ajudar nisso…”; “Ah, vou rezar e pedir para minha vozinha me dar uma força naquilo”. Que coisa feia!
Voltando ao assunto… as pessoas têm mania de culpar o espírito obsessor por tudo o que acontece de ruim. Isso é crendice popular. Não é verdade. Todos nós somos livres e vivemos no mundo que criamos. Você é seu dono e pode escolher o que quiser na vida.
Pode e deve!