Nos últimos anos, a moda da tatuagem pegou. Antes restrita a marginais, marinheiros e desajustados, hoje ela representa uma parte da identidade do indivíduo. Já escutei comentários em centros espíritas de que quem tatua o corpo está marcando o perispírito. Os mais ortodoxos – sempre eles! – dizem que não tem perdão: tatuagem é passagem garantida para o umbral. Fico indignado com tamanha insensatez, pois que o Espiritismo veio como algo a consolar o ser humano e não a massacrá-lo, como tentam fazer alguns, distorcendo passagens das obras básicas, da mesma forma que alguns evangélicos deturpam as Escrituras.
É que muita gente ainda tem medo do que “os outros” vão dizer e ficam se policiando, achando certo ou errado, julgando, apontando o dedo. Tudo bobagem. Quem cobra é a cabeça do indivíduo. Cada um tem o direito de fazer o que bem entender, do jeito que quiser, como quiser. Você é dono do seu corpo, da sua vida, do seu destino. Ninguém tem o poder de determinar o que você pode ou não pode fazer.
Preste atenção: quando você se cobra, seu espírito entende que aquele que cobra tem de pagar, porquanto ninguém paga nada se não for cobrado. Certo? Portanto, a tatuagem não vai marcar seu perispírito, seu espírito ou mesmo trazer reflexos negativos depois da morte.
Você pinta o cabelo? Pinta a unha? Toma banho de sol e bronzeia a pele? Faz plástica para ficar de bem com sua imagem refletida no espelho? Faz dieta e muda a forma do corpo? Faz musculação para ficar com o corpo torneado? Gosta de piercing? De brinco na orelha? Tatuar o corpo entra na mesma lista. É um problema seu e de mais ninguém. Compete a você decidir o que é melhor ou não para você. Quer se encher de tatuagens? Ótimo. Não suporta um desenho no corpo? Também está tudo bem.
Fui claro?